O
ENTERRO DA CIGARRA
As
formigas levavam-na... Chovia...
Era
o fim... Triste outono fumarento!...
Perto,
uma fonte, em suave movimento,
Cantigas
de água trémula carpia.
Quando
eu a conheci ela trazia
Na
voz um triste e doloroso acento.
Era
a cigarra de maior talento,
Mais
cantadeira desta freguesia.
Passa
o cortejo entre árvores amigas...
Que
tristeza nas folhas... Que tristeza!
Que
alegria nos olhos das formigas!...
Pobre
cigarra! Quando te levavam,
Enquanto
te chorava a Natureza,
Tuas
irmãs e tua mãe cantavam...
(Últimas
Cigarras, Rio de Janeiro, 1950, pág. 73)
lido
por Leonor Reis
Sem comentários:
Enviar um comentário