terça-feira, 25 de outubro de 2016

O SILÊNCIO DOS MORTAIS!



O SILÊNCIO DOS MORTAIS!

Naquele recôndito recanto abandonado
onde apenas silvam vendavais
tão longínquo e desinteressado
ali jaz o silêncio dos primórdios mortais.

Do homem ao princípio das suas raízes
há uma incógnita ainda incompreensível
talvez por uma razão divina de forças motrizes
ninguém sabe ao certo como foi possível.

Fazem-se imaginárias conjeturas apenas
de onde veio a humanidade vital
talvez dum recôndito canto em Atenas
ou quiçá, dos mares profundos de Portugal.

Entoam do profundo das entranhas
cavernosas toadas vindas do além
parece o esfregar de metálicas unhas
como que ali estivesse alguém.

O homem tem receio do silêncio
medo dos vermes que o consomem
que eu saiba, nem sequer existe um vestígio
da tumba do primeiro homem.

Demonstra conhecimento de coragem aguerrida
de inúmeras divagações e proezas fundamentais
no mais profundo da terra prometida
silencia o vazio tumular dos mortais.

Uma árvore de grande porte morre por haver
bem enraizada na terra e sem vacilar
todos nós havemos um dia morrer
sem connosco nada levar.

Eu não sei onde as minhas raízes jazem
sei apenas que fui gerado pelos meus pais
e os meus parcos conhecimentos dizem
que pertenço ao silêncio comum dos mortais.

ArtCar (Artur Cardoso)
06-06-2016
lido por Fátima Cardoso

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