ELISA E A VIDA
Perdeste o fogo Elisa,
meu deus, o que perdeste.
Corres pela rua
apressada,
ah o trabalho, o salário,
é teu o objectivo do patrão:
crescer a custos mínimos.
Quem quiser que pense,
em casa há os miúdos,
os banhos,
o prato de comida
doseado,
o marido desconcentrado
no sofá da sala,
a televisão ligada
a quem ninguém atende.
Todos re determinam
os filhos, o marido, o
patrão.
Custa chegar o sono –
a vida, estilhaçada!
Confusos os pensamentos,
enrosca-se no cobertor
quente,
amanhã é o último dia da
semana.
Maria Olinda Sol
Lido por Constância
Néry
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