ERA NO CORAÇÃO DO PORTO…
Era uma noite de Agosto e
tudo parecia imenso
Era a luz de duas luas a
olhar no fundo de mim
Era o livro, o poema
tecido na folha ansiosa
Era o sorriso de seda a
beijar o eco das palavras
Era o afago da mão no
veludo da pele perfumada
Era o banco vazio da
praça sob árvores de silêncio
Era a ausência de vento e
de tempo no diálogo animado
Era dizer sem dizer –
felicidade de seda – que a noite embalava
Era a sede do beijo, o
colo do ombro que apetecia
Era o douro que é rio e é
vinho a acender a fome do desejo
Era um pas-de-deux no
vazio com os pés na lua
Era no coração do Porto e
o Rei montado a cavalo assistia
Era afinal duas vozes a
narrar o filme da vida.
José Efe
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