A GATA BORRALHEIRA
A Gata Borralheira era
uma menina muito boa, que gostava de passar os dias bem quentinha a ler
fotonovelas e a chupar rebuçados. Era por isso mesmo que lhe chamavam Gata
Borralheira. De seu nome, como se chamava realmente era Amélia.
A Gata Borralheira tinha
uma irmã mais velha chamada Adalgisa que gostava muito dela e que trabalhava
que se fartava para sustentar a casa e para que a Gata Borralheira pudesse
comprar muitas fotonovelas. Vejam os meninos como é bonito o amor fraternal;
realmente é muito bonito.
Portanto estávamos nisto
quando a pobre Adalgisa, de tanto trabalhar, caiu de cama. Coitada. A Gata
Borralheira ficou muito preocupada, como os meninos devem calcular. E resolveu
ir a um baile em Belém, a ver o que se podia arranjar. Comprou um par de
sapatos novos muito engraçadinhos e foi.
Pois não é que arranjou
um excelente major de cavalaria muito alto, muito simpático e com um bigode
muito grande, vejam lá!
Vieram os dois para casa
num lindo carro com chófer fardado e deram logo um óptimo xarope à pobre
Adalgisa. Depois foram fazer festinhas um ao outro. E assim, meus meninos, após
terem ido ao funeral, Amélia passou a viver muito feliz com o senhor major de
cavalaria que aparecia todas as noites num lindo carro e lhe fazia sempre
muitas festinhas.
Tiveram três meninos e
uma menina. Infelizmente o menino mais velho era marreco. Deus Nosso Senhor não
pode dar tudo.
Publicado no Jornal
"O COISO" -1975
Lido por Amílcar Mendes
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