quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

SEM VELAS E SEM MASTROS


SEM VELAS E SEM MASTROS

O Barco balança ao sabor das ondas.
Não quer saber do vento ou da chuva.
E a trovoada vem longe. Há tempo.

Velas abertas, convosco o barco avança.
Olhem as pontas soltas!
Agucem a paciência e fortaleçam a essência.
Calma. Não precisam de o tempo atropelar.

Forte, é o mastro que é o pilar.
Segura os rochedos e ultrapassa tempestades.
Matrimónio selado com o cansaço,
recorda-se de cumprir os votos: Prossegue!

Quando as velas se rasgam,
o mastro se parte, e o desespero exalta-se no ar,
o barco da vida muda de rumo,
limpa a proa e enfeita a noiva.

Resigna-te. Acredita.

Terás novos mares navegáveis!

Cristina Maya Caetano
in "Colectânea Galeria Vieira Portuense 2015"


Sem comentários:

Enviar um comentário