POEMA SEM ROSTO
No suave ruir do tempo gastam-se as palavras.
Nasce uma camuflagem perfeita no tom da tez e no traço.
O poema une-se indizível na luz da noite
que escorrega
à margem da exclusão das trevas
Encobertas, as variantes da linguagem cúmplice que só alguns
conhecem
vestem-se
de singularidades de um quotidiano sempre plural.
A vida vai-se escrevendo em tragos de tempo que nos envolvem
os dias.
Há um monólogo desviante interminável e lúcido
que
integra este precário equilíbrio entre o espelho e a imagem.
Vacilantes, as partes do texto invadem a ilusão
e
a matéria poente supérflua ou essencial
faz-se
existir pela afirmação desafiante da voz.
M. Manuela Caldeira
XI.2015
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