quinta-feira, 26 de novembro de 2015

MÃE


MÃE

[Mãe, mãe! É mesmo coisa de filho, chamar pela mãe.
Mesmo com o pai, ali ao pé, é dela a mão que ele pede.]
Mãe, mãe! Dói-me a cabeça, dói-me a barriga,
tenho sede, tenho sono, não consigo dormir.
Nunca mais chegamos! Falta muito? E agora?
Mãe, mãe! Nunca te vou esquecer! Nunca vais morrer!

Nenhum filho esquece a mãe.
Nenhuma mãe morre para o filho.

[Eu estava certo. Não esqueci a minha! Nunca a vou esquecer
Mesmo já não a tendo, lembrando-a, ela vive.
Mesmo já não me lendo ela, porque partiu, escrevo-lhe.]
Mãe, mãe! Cheguei do primeiro dia de escola, e disse-te:
«já sei fazer o'A maiúsco'!», lembras-te de como riste!
Eu lembro-me! Como me lembro! Para que vivas...

Sérgio Lizardo — Poesia com nomes de mulher

Lido por Beatriz Maia

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