quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A MINHA TERRA


A MINHA TERRA

Penedono é a minha terra
Onde eu nasci
Já conheço vários castelos
Mas tão bonito como aquele nunca vi

Como Penedono está bonito
E bem arranjado
Tem lá um bonito castelo
E um bom largo do mercado

Terra de boa castanha
E de gente popular
Temos também a Santa Eufémia
Que todos gostam de venerar

Sou natural da Beira Alta
Com muito gosto
Mas tenho o desgosto
De não o poder habitar
Por certas circunstâncias da vida
Tive de me ausentar

Sou da Beira Alta
Distrito de Viseu
Terra de Viriato
Gosto muito de lá ir
E raramente por lá passo

Eu sou de muito longe
Para lá das terras do demo
Sou de um concelho tão bonito
E não deve haver outro mais pequeno

Penedono quando eu o habitava
Parecia um homem velho
Agora está um rapaz novo
Mudou o visual
E ficou mais jeitoso

Esta brisa que passa
Está-me a deixar sem graça
Por estar a recordar o dia em que eu nasci
Nesta aldeia pequena tão graciosa e serena
Estou muitas vezes a pensar em ti

Oh que saudades eu tenho da minha aldeia
Saí de lá contrariada
Quero regressar com novas ideias
E espero um dia voltar nem que seja
Para no cemitério os meus ossos repousar

Já morei perto da Serra do Serigo
E por ali não havia gente sem abrigo
Todos tinham uma cama para se deitar
Só que o frio era tanto
Que não era fácil de suportar

Gostava de ser uma abelha
Ser dona de uma colmeia
E produzir muito mel
Para dar às crianças pobres
Da minha aldeia

Ó terra de Penedono
Terra que me viu nascer
Penso em ti todos os dias
De manhã ao anoitecer

Mafalda Lopes
in “O Último Grito”

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