À LAREIRA
Rodeada de livros, à
lareira,
Faúlhas a dançar,
Elevando-se no ar,
E tu, sentado à minha
beira...
Inclinado para a chama,
Queimado pelo olhar de
quem te ama,
O amor em brasa
Iluminando toda a casa...
Rodeada de livros à
lareira,
Espevitando o lume, com
canseira,
Teus dedos meu rosto
afagando,
Em tições, a fogueira vai
ficando...
Abraças-me numa última
labareda
E a ti, encostada,
permaneço queda,
Sombra das sombras
queimando...
Rodeada de livros, à
lareira,
Cabelos brancos,
sozinha...
Não estás sentado à minha
beira...
Renda de saudade, só
minha...
Irene Costa
in “Silêncio Branco”
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