quinta-feira, 22 de outubro de 2015

À LAREIRA


À LAREIRA

Rodeada de livros, à lareira,
Faúlhas a dançar,
Elevando-se no ar,
E tu, sentado à minha beira...

Inclinado para a chama,
Queimado pelo olhar de quem te ama,
O amor em brasa
Iluminando toda a casa...

Rodeada de livros à lareira,
Espevitando o lume, com canseira,
Teus dedos meu rosto afagando,
Em tições, a fogueira vai ficando...

Abraças-me numa última labareda
E a ti, encostada, permaneço queda,
Sombra das sombras queimando...

Rodeada de livros, à lareira,
Cabelos brancos, sozinha...
Não estás sentado à minha beira...
Renda de saudade, só minha...

Irene Costa

in “Silêncio Branco”

Sem comentários:

Enviar um comentário