quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A ESTA HORA


A ESTA HORA

A esta hora, milhões morrem de fome.
A esta hora, milhões morrem de sede.
A esta hora, a miséria milhões consome.
A esta hora, o mundo está como não deve.
A esta hora, os ricos, mais ricos!
A esta hora, pobres pedem felicidade.
A esta hora, ouve-se milhões de gritos,
que pedem caridade.
Mas, a esta hora, onde os bons governos?
A esta hora, onde as boas pessoas?
A esta hora, onde o que merecemos?
Mesmo assim, a esta hora,
vindos de muitas lisboas, chegam-nos pedidos,
para sermos felizes; boas pessoas;
contentes com bolas de Berlim!
Ai, a esta hora!; hora nunca no tempo acertada!
para a felicidade sempre atrasada!
Sempre hora para milhares, que
caem nos mares da miséria e da fome
e neles morrem ao tentarem atravessar.
A esta hora! Sempre uma maldita hora,
fora de todo o tempo, para uma bela aurora!
Para quando, neste tempo vil,
acertar a hora, em qualquer tempo,
num tempo, numa hora de abril?
É hora………………………………………………..


Silvino Figueiredo

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