quinta-feira, 30 de julho de 2015

ROSAS BRAVAS


ROSAS BRAVAS

Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno veio o vento desfolhá-las…
Em que cismas,
Meu bem? Porque me calas
As vozes com que, me enganavas.
Castelos doidos! Tão cedo caístes!…
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas?
Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus,
Como vão tristes!
E sobre nós cai
nupcial a neve,
Surda, em triunfo,
pétalas, de leve,
Juncando o chão
Na acrópole de gelos…
Em redor do teu vulto
É como um véu!
Quem as esparze
Quanta flor! – do céu,
Sobre nós
dois, sobre os nossos cabelos?

Camilo Almeida Pessanha

Lido por Maria Teresa Nicho

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