QUERIA
SER PALHAÇO
Às
vezes
queria
ser palhaço
para
com humor
lançar
na minha gargalhada
a
mágoa a dor
e
todo o meu cansaço.
Às
vezes
queria
ser palhaço
cobrir
com várias tintas
o
meu cansado rosto
apagar
marcas distintas
de
solidão e de desgosto.
Ah!...
como queria ser palhaço
para
sem preconceito
ostentar
um desconforme laço
divertido
bem garrido
esconder
mágoa guardada
no
meu peito tão sofrido.
Queria
mesmo ser palhaço
da
pista do meu circo interior
lançar
cada gargalhada
cada
pedaço de dor
deixar
correr livremente
cada
lágrima queimada.
Sobre
cada fracasso
fazer
um alongado pino
não
esconder quem sou
escarnecer
o destino
poder
ir onde nunca vou
Ah!...
Quem me dera ser Palhaço!
Alice Queiroz
in “Jardim de Afectos”
Lido por Luísa Tavares
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