PESADELO
Quebrou-se
a barreira do silêncio!
Soltam-se
gritos apavorados da caverna da garganta,
Neste
meu acordar estremunhado dum sonho
Que,
mais parecia um pesadelo diria.
Tresloucada,
corria veloz por montes e vales,
Fugia
da morte ou, caminhava para ela já nem sei,
Era
tal o pavor que me cegava,
Já
só via o precipício onde mergulhar no além,
Para
pôr fim a este sofrimento incontido.
Do
negrume da noite rondavam
Os
abutres carnívoros odientos,
Que
me espreitavam e sem tréguas perseguiam,
Grasnando
sangrentas monossílabas,
Estarrecida,
eu arfava ruidosamente
Para
me libertar desta aflição,
Era
tamanho o meu constrangimento,
Que
convulsivamente chorei,
Grossas
lágrimas dos olhos cerrados molharam o travesseiro,
Com
desilusão amarga me despedia...
De
repente me lembrei, uma luz se acendia!
Lutei,
rasguei as nuvens do sono que me prendiam!
Desferi
gritos ao vento e levitei!
Queria
viver nem que fosse mais um dia,
Não
tinha ainda escrito o livro,
Aquele,
envolto em nuvens de amor e maresia,
Que
jaz no fundo da alma, à espera de poder ver dia!
Ester de Sousa e Sá
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