MEU
AMOR, MEU AMOR
Meu
amor, meu amor
meu
corpo em movimento
minha
voz à procura
do
seu próprio lamento.
Meu
limão de amargura meu punhal a escrever
nós
parámos o tempo não sabemos morrer
e
nascemos nascemos
do
nosso entristecer.
Meu
amor meu amor
meu
nó de sofrimento
minha
mó de ternura
minha
nau de tormento
este
mar não tem cura este céu não tem ar
nós
parámos o vento não sabemos nadar
e
morremos morremos
devagar
devagar.
José Carlos Ary dos Santos
lido por Leonor Reis
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