quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

ONDE ESTÁS?


ONDE ESTÁS?

Já de verdes rebentos
Os galhos se enfeitam.
Já pequenos caules
Suas hastes deitam
À bênção do Sol.
E tu, onde estás, ó meu amor?

Não te veio na névoa
Do entardecer
E não te vi ao raiar do dia.
Escuto e não oiço
A tua alegria!

Onde estás, ó meu amor?

Já a onda enrola a sua espuma
E o monte ainda coberto de caruma,
Mas onde estás, ó meu amor?

A noite vem e tu não estás.
O vento vem e não te traz.
O pinhal ondula,
A lua serpenteia,
Tremeluz ao longe
Estrela, como candeia!

E tu, onde estás, ó meu amor?

Já as corolas
Para o sol se enfeitam,
Já as estrelas no céu se deitam,
Meigos pardais asas batendo,
Brancos pombais escurecendo
Falam de ti,
Mas não te trazem, ó meu amor!

Será que ainda pensas em mim?

Maria Irene Costa

in “Silêncio Branco”

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