quarta-feira, 19 de novembro de 2014

MINHA TERRA, MINHA MÃE MADRASTA



MINHA TERRA, MINHA MÃE MADRASTA

O tempo passou e tu minha terra, teimosamente, paraste!
Os ventos de mudança, por ti passando,
Em vão se cansaram em mudar teu rumo sem norte.
Impávida e serena, sentada continuas no trono de arcaísmos.
A revolução do pensamento é água mole que
Sempre em ti bate e que nunca te fura!
Há muito que desejava ver-te mais aberta… democrata!
Mais respeitadora de todos os teus filhos, todos iguais.
Mas não! Tu és madrasta…
És conservadora, de poucas falas, altamente discriminadora;
E, por isso, tens cancro que, pérfida, te levará à morte;
Tens raiva e odeias os que evoluíram no tempo,
Nas ideias de paz, amizade e da concórdia.
Ah! como distingues os teus filhos, todos irmãos…
Falas mal dele na rua, no Barbeiro e no adro de igreja!
Ah! como tu vives nas trevas e não queres ver a luz…
Ah! como só vês defeitos e ignoras as virtudes
Dos que, zelosamente e com brio, se cultivaram –
Sempre assim foste, assim és e assim serás:
Minha mãe e minha madrasta…
Minha terra, até quando?...
Oh muda de rumo!

7/10/1976
Toniantonio

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