quarta-feira, 19 de novembro de 2014

AOS SOLDADOS MORTOS NO ULTRAMAR



AOS SOLDADOS MORTOS NO ULTRAMAR

Deixem que me liberte desta vontade
Há muito tempo aprisionada
Deixem que grite a revolta
Das jovens vidas perdidas
No amanhecer da sua madrugada
Vidas que despontavam com a Aurora
Perdidas na vontade contra a vontade
De perder a vida que começa agora

Deixem que me liberte desta dor
Há muito tempo em mim calada
De ver rostos com lagrimas silenciadas
Dos soldados que se interrogam
Porquê? Morrer nesta guerra não desejada
E matar sem mal feito, sem nada!

E os que morreram por lá ficaram
Sem reconhecimento, sem gratidão
Votadas ao esquecimento
Pelos responsáveis desta nação
E quando um povo é assim tratado
E os jovens soldados se levantarem
Serão horas de ajuste de contas
Com aqueles que os esqueceram

Foz do Douro 15 de Novembro de 2014
           António D. Lima

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