SEI
O TEU SABOR… SAUDADE!
Sei
tão bem, o teu sabor…
Às
vezes, é amargo, como a própria amargura, outras,
doce,
como se ausência, alguma vez, fosse doçura!
A
verdade, é que tu és um misto agridoce, saudade!
Sei
bem o teu sabor…
Porque
quis muito alguém, que eu concebi, gerei, pari,
criei,
cuidei e ajudei a crescer.
Por
isso, saudade, sabe a sofrimento, a choro, a riso,
a
tudo o que senti, enquanto o tempo, fazia uma mulher.
Sei
bem, o teu sabor Saudade…
És
cega, surda, muda, mas tens gosto,
cheiro,
voz, frio e calor.
Tens
até silhueta, silenciosa, doce, volátil,
serpenteando
em meu redor.
Saudade,
tu és crueldade, ansiedade, e imensa dor!
Sei
tão bem o teu sabor…
Sabes,
a chegada, a romper d’aurora,
a
aleluia, o jardim em flor!
Tens
o gosto, de ausência, de partida, de lágrima amarga contida,
que
queima por dentro,
tens
também, sabor a lamento.
Sei
tão bem o teu sabor…
És
a força que me derruba e me levanta,
És
a escora, que me suporta, e a razão pela qual resisto.
Saudade,
tu és tudo isto!
Oh,
como te conheço bem…
Sei
tão bem o teu sabor!
Sabes
a Dor e… a Amor de Mãe!!!
Alice Queiroz
lido por Maria Helena
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