DESABAFO
Embala-me
esta cadência ritmada,
E
a máquina, adianta-se na jornada a caminho da capital.
Perante
meus olhos desfila apressada, triste e desolada paisagem,
E
em meu peito se cava este vazio tamanho,
Afugentando
para longe minha alegria franca!
Terra
desolada, arrebatada pelo inverno castigador,
Prédios
e casas delapidados,
Paredes
enegrecidas pelo tempo austero.
Terra
de campos alagados e adormecidos,
Espera
placidamente rendida, o despertar da Primavera!
Tudo
tem o seu tempo e sua honra, no calendário de Deus!
Diante
meus olhos, desfila um Portugal triste e cansado
Parado
no tempo, entretendo o sonambulismo em que caiu,
Jaz
alquebrado e mal tratado,
Também
ele esperando prenúncio de melhores dias.
Não
nos matem a esperança, homens do mau País!
Mantenham
a chama viva no coração dos poetas
Que
sonham com quimeras deste povo destemido.
Dêem-nos
dias de sol e fortuna,
Para
que a dignidade volte e o orgulho, jamais se impugne!
Ester de Sousa e Sá
Nov. 2013
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