I
"Esta é a
madrugada que eu esperava...”
Sophia de Mello Breyner
Andresen
Chegou sim,
A madrugada, chegou,
E de tão ansiada perdeu a voz,
Mas não a vez!
Silenciosa, como cúmplices e mudos, os ventos,
Peregrinou em direção à ponte
Para atravessar um rio quieto,
Horas mortas,
Nem poeiras,
Neblinas ou medos,
Pairaram sobre a determinação.
Quem não arrisca...
Diz o povo que é sábio.
Determinação superior à coragem
E a vontade de mudança sussurrando baixinho — é preciso
caminhar.
Fugir dos silêncios,
quebrar amarras e medos
e ossos se for caso
disso.
A urgência de um Tempo Novo.
Conceição Oliveira
in “Sob epigrafe - tributo a Sophia de Mello Breyner Andresen”
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