SONHO
Ao longe, uma harpa
deixava voar
Doces notas melodiosas;
O amor transbordava da
taça
E dançavam borboletas
buliçosas...
As almas guardavam
silêncio,
Quase não respiravam os
corações;
Em câmara lenta rodaram
braços
E enrolaram seus fios de
sargaços
Que prenderam com brancos
laços,
O ar carregado de
emoções...
A música bailava a sua
valsa de ilusão,
Trocavam-se fantasias,
Cantava o coração,
E com toques de magias
Até se ouviam cotovias
No espaço insondável do
tempo!
O amor cobriu com um
manto
O abençoado esquecimento
E o mundo parou a escutar
O que segredava o
pensamento,
De quem tanto sabia
amar...
Foi tempo de os botões de
camélia
Tão brancos, tão puros e
nevados
Começarem a abrir
Com toda a natureza a
florir.
Numa explosão de cor e
alegria
Brilharam mais as
estrelas belas
Com fios de seda nos
cabelos!
Nas bocas mudas de
espanto,
No silêncio repleto de
encanto,
Com um toque de varinha
de condão,
Floriram camélias
vermelhas
Que beijei, saudosa do
cetim delas...
Hoje beijei camélias
vermelhas...
Depois acordei...saudosa
do sonho em que acreditei!...
Irene Costa
in “Coletânea Galeria Vieira Portuense 2015”
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