AMANHECI
Manhã gélida de inverno caprichoso,
Iluminada por sol morno envergonhado,
A deus Jano mês consagrado,
Na salutar retomba dum eco perdido.
Atravessei espessas nuvens na via láctea,
Galáxias de estrelas cintilantes,
Deixei-me levar nas asas do tempo...
Maravilhada sobrevoei mares e oceanos,
De homéricas lendas desvendadas,
No sobressalto dum ai de dor e pranto,
Estremeci!
Arrebatada pela força da gravidade,
Sussurrei ao vento que tinha chegado...
Desprendi-me do ventre de minha mãe,
Aconchegado ninho com amor lavrado.
Ainda envolta em véu de seda transparente,
Agarrei-me ao sopro de vida em mim insuflado,
Nos braços de meu carinhoso pai fui aparada.
Com amor e carinho delicadamente me libertaram,
Do invólucro por anjos de Deus, tecido
Não sei se do pó das estrelas ou nada,
Quem sabe?
No amor dum grito amanheci para a vida,
Abri os olhos para o mundo extasiada!
Ester de Sousa e Sá
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