quinta-feira, 24 de maio de 2018

A MANADA



Naquele dia 6-04-2017 (A caminho das Furnas)
O autocarro quase teve de pedir licença para passar.

A MANADA

Lá vão as vaquinhas malhadas,
a caminhar ao longo da estrada,
ao encontro da pastagem.
O monte é uma miragem
que poucos podem desfrutar,
duma certa aragem que vem do mar.

O monte é vulcânico,
tem encosta verdejante todo o ano
e nessa fisionomia,
as vaquinhas passam excelentes dias.
Conduzidas pelo AÇOREANO.

AO LONGE OUVE-SE O BERRANTE,
SAÍDO DA BOCA DE UMA TRAINEIRA
E AS VAQUINHAS FICAM NUMA PASMACEIRA,
SEM SABEREM DESCORTINAR,
QUE TODA AQUELA RIQUEZA,
PODEM TER A CERTEZA,
PROVEM DO MEIO DO MAR.

Ao fim do dia,
as vaquinhas ficam saciadas,
de tanto pastar,
não param de ruminar
o almoço que é jantar.
E o Pastor Açoriano,
não tira férias em nenhum ano,
para todos alimentar.

Entretanto, prometi voltar, mas a minha saúde se depauperou e aos Açores já não vou. Gostaria de lá voltar e ir ao encontro das crianças; daqueles meninos de rua que passam o dia inteiro a brincar e muitas as vezes não sabem o que é almoço e vão para a cama sem jantar. Rabo de Peixe é o lugar. A ilha de S. Miguel, os viu nascer e crescer, numa santa pobreza sem igual e que ninguém se esqueça, ali é também um cantinho de Portugal.

João Bernardo

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