sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

NA CAGADEIRA



NA CAGADEIRA

Arreei de manhã 2 vezes o calhau
Sem ter comido pataniscas de bacalhau
Goráz, atum, linguado, carapau
Tempero de déndén, pasta de mandioca
Funje c’quiabos e pescada da doca

Outras coisas mais q’içam a moça,
E olhando pró fundo da cagadeira
Garanto que não direi qualquer asneira…
Sem aparente sangue nas fezes;
- Fosse úlcera contrariaria todas as teses.

Assim, acalmado, preparei a janta,
E antes q’o diabo pintasse a manta
Lavei gargarejando c’tintol a garganta.

E para que a larica não chateasse
Frango na púcara, e não bastasse
Sobremesa pra comer com classe (!)

Mas ouçam: - Para que ninguém por tolo me tome
Escrevi este salmo. Afortunado quem come
Porque dele não é o reino da fome

Adolfo Castelbranco

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