JORNALEIRO
Ainda o dia não nasceu, já eu no campo,
Nesta terra que eu removo com a enxada,
Bebo da água do rio e o seu canto,
Do avesso viro a terra já cansada.
Faço a terra brotar vida e alimento,
Rego-a com suor, dor e sofrimento!
Olho a seara crescer, dançando ao vento,
Darei à terra meu corpo ao fim do tempo.
O trator já me tira algum trabalho,
Não me tira o dia inteiro sem horário!
Sou da terra e a terra é vossa, quanto valho?
Valho o vosso alimento e o meu fadário.
Tenho o rouxinol aqui o dia inteiro,
Meu amigo que me alegra o pensamento!
É nas horas amargas meu companheiro,
Com seu canto, meu cansaço vai no vento.
Faço a terra brotar vida e alimento,
Rego-a com suor, dor e sofrimento!
Olho a seara a crescer, dançando ao vento.
Darei à terra meu corpo ao fi m do tempo.
José Faria
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