A POETA É MORTA
A solidão lhe transtornava
os dias
lhe apertava o coração em
secreta nostalgia
E a matou lentamente
aquela dor latente
dor que ninguém sente.
Morte, porque demoras?
Encosta-me na parede
E mata-me em poucas horas
Fecha a janela e a porta
Puuummm... puuummm... puuummm.
Um último estertor,
a poeta está morta.
Sangra já o seu peito em
flor
Atirem-lhe rosas
De todas as cores
Dobrem os sinos num
lamento
Por aquela que se foi
Qual pomba branca
De asas abertas ao vento
Finalmente
Em paz
Adelina Charneca
in “Poesia de Silêncios”
lido por Beatriz Maia
Sem comentários:
Enviar um comentário