quinta-feira, 28 de setembro de 2017

TALVEZ…


TALVEZ…

Talvez...

Que valha ainda a pena começar,
Acertar as agulhas, prosseguir,
E, por pouco que seja.
Dar sempre mais um jeito e ajudar,
Um mundo inteiro e novo a construir!

Talvez...

Que a Humanidade não seja assim tão má,
Como apregoam uns tantos pessimistas,
E que a parte que resta ainda sã
Seja por si capaz
De lutas e conquistas!

Talvez...

Que os poucos que ainda não perderam
A fé nos outros — e em si também,
Sejam, mais tarde, quantos precederam,
E, por caminhos novos,
Foram mais além!

Talvez...

Que o sonho ainda prevaleça
Sobre tudo o mais, seja o prenúncio e a voz,
Seja a primeira e a última coisa que aconteça.
Na vida de cada um
- E de todos nós!

Talvez...

Que restem ainda forcas para superar
As dores e injustiças que a vida a todos traz,
E o mundo, enfim, se possa transformar
Em campo imenso
- De Luz, Amor e Paz!

Moreira da Silva
in “Claro-escuro”
lido por Ângela Carvalho

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