terça-feira, 30 de maio de 2017

SINTO-ME FRÁGIL


SINTO-ME FRÁGIL

Debito palavras, voláteis, que as leva o vento
E poucas ficam para enriquecer o meu saber
Sinto-me tão frágil, como frágil é o meu tempo
De pensar, sonhar, de realizar e de vencer

Sinto-me apático, anestesiado, quase horrendo
Já não respondo à ânsia de viver intensamente
Vão-me pesando as asneiras que fui fazendo
Ao longo de uma atroz corrida contra o tempo

Preocupei-me, com coisas absolutamente inúteis
Tive dificuldade em limitar-me ao essencial
Alimentei o meu enorme ego com coisas fúteis
Que pouco serviram para tornar a vida mais real

Aprendi tanto com a ordem cíclica da vida...
Nada é constante, nada é adquirido, nada é eterno
A vida é a vida, não é o Céu nem o Inferno

António Faria
in “Nós”

lido por Beatriz Maia

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