SINTO-ME
FRÁGIL
Debito
palavras, voláteis, que as leva o vento
E
poucas ficam para enriquecer o meu saber
Sinto-me
tão frágil, como frágil é o meu tempo
De
pensar, sonhar, de realizar e de vencer
Sinto-me
apático, anestesiado, quase horrendo
Já
não respondo à ânsia de viver intensamente
Vão-me
pesando as asneiras que fui fazendo
Ao
longo de uma atroz corrida contra o tempo
Preocupei-me,
com coisas absolutamente inúteis
Tive
dificuldade em limitar-me ao essencial
Alimentei
o meu enorme ego com coisas fúteis
Que
pouco serviram para tornar a vida mais real
Aprendi
tanto com a ordem cíclica da vida...
Nada
é constante, nada é adquirido, nada é eterno
A
vida é a vida, não é o Céu nem o Inferno
António Faria
in
“Nós”
lido por Beatriz Maia
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