EM
CADA ESTEIRA DE FANTASIA
Em
cada esteira de fantasia, fiz navegar odores poéticos e
prosaicas
consciências. A caminho de cogitações impen-
sáveis,
casei o macio da alma com o boçal pesadelo de
viver
dias sem alvorada.
O
Mundo corre em galopes desordenados e as gentes
cansam-se
das tropelias de surdos mal-humorados e ceg-
os
idiotas que se fizeram surdos e cegos por força de
desaires
não digeridos. Não há quem sustente a huma-
nidade
se os poetas esqueceram os lápis no alforge e as
folhas
no sótão.
Urge
escrever amor, urge viver de mãos dadas com a vida
já
que da vida e da história das coisas apenas sabemos o
que
o almejar já esqueceu.
Goreti Dias
in
“Singularidades & etc.”
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