sábado, 25 de março de 2017

O POEMA QUE PEDISTE


O POEMA QUE PEDISTE

Derrama sobre mim, tua nudez
enquanto escrevo o poema que pediste
para que eu sinta uma e outra vez
toda a inspiração que em ti existe.

Fala-me com voz baixa, em dialecto
conta-me a história, deste amor que nos agita
que voa sempre como um pássaro inquieto
no imenso céu, que todo o amor suscita.

Descreve-me essa paisagem de loucura
esse duende gentil, que não se vê
e que provoca maquiavélica ternura
sem mesmo nós, sabermos bem porquê.

E todas as carícias que me fazes
ardem no fogo do amor, que eu te dou
dócil inferno, onde crepitam ansiedades
e outros pecados, que um ao outro nos levou.

Derrama sobre mim a tua nudez
enquanto escrevo
o poema que pediste!

Kim Berlusa

in “Viver nas Horas Mortas”

Sem comentários:

Enviar um comentário