sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

POEMA DE AMOR


POEMA DE AMOR

abro as janelas do meu quarto
sem vidros nem bambinelas...
subo a montanha das rosas... rubras, floridas,
voo nas asas do vento,
pinto-me de imaginação,
xaile rubro flamejante de paixão...
fogo que arde sem se ver...
franjas que se enrolam em ardência
dor que desatina sem doer...

emergindo em espirais de sonho aspergido,
viva está toda a lembrança
desses xailes lindos, belos...
moldura para meus cabelos!...

desço pelos raios de sol,
plena de luz refulgente,
num contentamento descontente
caminho solitária entre a gente!...
atrás, o esconderijo do sol
já no Ocaso:
- escreve um poema de amor...
antes que a noite avance
prenhe de mistérios, de jóias ou luar!...

oh! Janelas de meu quarto
quem vos pudera rasgar!...

- escreve um poema de amor...

há pouco rubro o Sol!...

Maria Afonso Morais

in “No sítio do Coração”

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