DESLUMBRAMENTO
Minha alma deslumbrada viaja por montes e vales,
Florestas encantadas a perder de vista,
Sacio meus olhos pela natureza circundante,
Beijada pelo sol morno da tarde
Que de longe tudo acaricia.
A obra do Criador diante mim vai deslizando,
Coberta de manto Outonal colorido,
Tal obra de Claude Monet a óleo pintada,
Que suscita em mim uma ternura incontida.
Folhas em tons amarelos, laranjas, vermelhos e castanhos,
Caem tocadas por suave brisa fria,
Flutuando como flocos de neve, descem para o chão,
Como em copioso choro de despedida,
E se vão amontoando no solo rendidas,
Cumprindo assim mais um ciclo de vida.
Soltam-se ais do meu peito oprimido,
Por tanta saudade sentida,
Mais um ano que chega ao fim
Neste sazonal calendário da vida,
Obrigada, meu Deus por esta experiência vivida!
Ester de Sousa e Sá
in “O Meu Sentir”
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