AH...AS
MINHAS MÃOS
Abro
as minhas mãos secas pela estiagem tropical
que
das brisas dos entardeceres se vestiram de sóis
e
nos cacimbos dos dias cinzentos se acalmaram!
Estas
minhas mãos que se abriam às chuvas
para
que as suas mágoas fossem levadas
pelas
picadas (caminhos) dos meus anseios
e
desaguassem nos rios das minhas alegrias!
Contemplo
os traços desenhados nas minhas mãos,
vislumbro
emoções que se perderam no tempo
e
também linhas das paixões sentidas
que
se coloriam do matizado do pôr-do-sol
quando
este, suavemente se escondia,
por
trás das palmeiras do Mussulo!
Ai
estas minhas mãos duras e carinhosas
que
seguraram agruras da vida
e
afagaram ilusões imaginadas,
são
as minhas eternas companheiras
em
todos os momentos da minha vida!
Beijo-vos
ó mãos minhas
com
a gratidão da minha essência...
Se
não vos tivesse,
Ah,
minhas queridas mãos
Se
não vos tivesse
que
seria de mim...
Não,
não quero nem pensar!
Olho
serenamente para vós, mãos minhas
vestidas
com a dureza do tempo
e
carinhosas pela doçura do luar...
E
só me apetece pedir-vos
que
me abraceis com a ternura
que
eu sei, só em vós existir.
José Carlos Moutinho
3/7/16
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