terça-feira, 16 de agosto de 2016

AH...AS MINHAS MÃOS


AH...AS MINHAS MÃOS

Abro as minhas mãos secas pela estiagem tropical
que das brisas dos entardeceres se vestiram de sóis
e nos cacimbos dos dias cinzentos se acalmaram!

Estas minhas mãos que se abriam às chuvas
para que as suas mágoas fossem levadas
pelas picadas (caminhos) dos meus anseios
e desaguassem nos rios das minhas alegrias!

Contemplo os traços desenhados nas minhas mãos,
vislumbro emoções que se perderam no tempo
e também linhas das paixões sentidas
que se coloriam do matizado do pôr-do-sol
quando este, suavemente se escondia,
por trás das palmeiras do Mussulo!

Ai estas minhas mãos duras e carinhosas
que seguraram agruras da vida
e afagaram ilusões imaginadas,
são as minhas eternas companheiras
em todos os momentos da minha vida!

Beijo-vos ó mãos minhas
com a gratidão da minha essência...
Se não vos tivesse,
Ah, minhas queridas mãos
Se não vos tivesse
que seria de mim...
Não, não quero nem pensar!

Olho serenamente para vós, mãos minhas
vestidas com a dureza do tempo
e carinhosas pela doçura do luar...
E só me apetece pedir-vos
que me abraceis com a ternura
que eu sei, só em vós existir.

José Carlos Moutinho

3/7/16

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