terça-feira, 12 de julho de 2016

O TELEFONE


O TELEFONE

Telefonou-me a tosse convulsa
A ninfomania e o pé de atleta
não tive surpresa nem repulsa
achei normal que perguntassem
que perguntar é querer saber...

Tão cedo acabou o telefone
tão cedo deixou de retinir
será que morreu sem descobrir
o sentido mágico da vida?

Telefonou-me a eutanásia
a queixar-se, zangada, desse luto
tinha um funil e uma bengala
tinha uma farda de magala
só lhe faltava o escorbuto!

Fernando Morais

in “Quadrar”

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