quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Doem-me as lágrimas


Doem-me as lágrimas
que bordam o teu olhar,
Serram me as correntes que te prendem o andar,
Magoa-me ouvir-te dizer que já não podes como podias.
Mergulho na incerteza do tempo
E dos gestos que teimas esconder,
Das palavras que não queres dizer...
Doi-me olhar o caminho
ver os teus passos fraquejarem
na calçada que já mal consegues percorrer.
Dói-me a dor que te consome
E o tempo que te fez envelhecer
Negando-te a cada dia o chão que teimas pisar.
Eu sei, calei o meu sentir
fingi até não te ouvir... quase não te quis falar de mim.
Teimei partir,
Fiz de conta que por baixo de um céu cinzento
o sol raiava,
Não leves a mal... Apenas tive medo de te ver chorar.
Eu que pensei não ter medo de te falar
Afinal... faltou-me a coragem.
Deixa... talvez seja este o nosso jeito de seguir.
Entre o que dizemos e o que preferimos calar
Há uma história de amor sem final,
Escrita além da distância, com gotas de saudade
E perfume de ternura...
Há nas mãos que escrevem a marca eterna das tuas
Há na alma que se desnuda
A imagem do teu rosto,
Cada gesto teu, meu... Nosso,
Há saudade da menina que nos teu colo foi rainha
E verdade da mulher que sou.
Há esperança de te abraçar,
Dor de saber que abraços não são eternos,
Medo, muito, do tempo que por nós passa a correr!

Celina Parente

Liso por Irene Silva

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