quinta-feira, 24 de setembro de 2015

PRESSINTO


PRESSINTO

Pressinto que a solidão
Cada vez mais está de volta
A distância do meu mar
Está mais longa.

Quando penso
Que te posso afagar
Com minhas mãos
Deslizas por entre os dedos
Ficam só umas gotas
E nos meus lábios o teu sabor
Mar dos meus afectos
Porque me estás a fugir?
Não me deixas seguir a teu lado
Meu amado...

Distância das tuas ondas
Ondas de ternura
Que me gelas meu peito de negrura
Não tenho a certeza de as voltar a ter
Delicioso mar
Por teres outras gaivotas
Não deixes a praia
Onde tu soubeste sorrir
E fizeste sorrir!

Emília Costa

in “Risos de Gaivota”

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