quinta-feira, 24 de setembro de 2015

FALAR DE POESIA


FALAR DE POESIA

Venho falar-vos da Poesia, ou seja, da minha vida!
Venho falar-vos de coração nas mãos, ou seja, com o
sentimento mais do que a razão, com o entusiasmo
mais do que a análise cerebralizada e contida, com a
sinceridade que é primaveril em mim, mais do que a
atitude calculista e determinada pelos preconceitos da
sociedade.

Venho falar-vos pois com sentimento, entusiasmo e
sinceridade.
E porquê?
Porque, para que o nosso Mundo possa melhorar e
encontrar as pequenas vias que levam aos grandes
caminhos daquelas qualidades transformadoras de que
tanto se fala mas raramente se atingem, para que o
nosso país possa melhorar e avançar, a nossa cidade
possa sentir-se bem e realizar anseios populares, a
nossa Freguesia possa conquistar um lugar de relevo
na consciência dos seus membros, para que a nossa
rua possa ter o aspecto asseado e calmo e sóbrio e
digno; para isso acontecer teremos de encontrar essas
pequenas vias, onde nos possamos reagrupar e
reflectir elucidar até atingirmos a força de modificação
do que está mal e nos impede de ser a colectividade
culta a que todos aspiramos.

Isto é tão difícil e tão possível!

Se nos esvaziássemos dos nossos preconceitos
ancestrais, do nosso egoísmo, veríamos a nossa rua
como o ponto de partida de todas as melhorias e
avanços mundiais. E do país, da cidade, da vila, da
aldeia.
Melhoramentos a realizar em cada um de nós, na
aceitação desta realidade universal, de todos os
tempos, de todas as civilizações e que é: a dualidade
que no homem habita entre razão e sentimento, entre a
prática e o saber teórico, entre o conhecimento e a
ignorância, entre o instinto animal que nos leva a reagir
de forma inconsciente e o ideal de bem fazer, a
solidariedade.

Isto é tão difícil e tão possível!

Por isso é que hoje vos vim falar de Poesia!

Fernando Morais

in “Poema do outro lado”

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