quinta-feira, 21 de maio de 2015

SEGREDA-ME AO OUVIDO


SEGREDA-ME AO OUVIDO

Não digas adeus…
as tuas pegadas
são marcas incólumes
nos corredores do tempo!...
Se as cidades não estão desertas
é porque a tua presença
as ilumina.

Agarrados continuamente
à vida,
somos um continente
de poemas e abraços
onde não cabe a noite
de silêncios e embaraços…

segreda-me ao ouvido…

diz-me que não és memória,
és presença concreta e intensa
que me aparece assim
no azul de um olhar
e que ninguém poderá furtar!...

diz-me que nada foi em vão
que o tempo liberto
no planar de uma gaivota
não se esvaiu nas asas da ilusão

segreda-me ao ouvido

aquilo que sempre soube…


Maria Afonso Morais

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