quarta-feira, 22 de abril de 2015

SOMBRA E NÉVOA


SOMBRA E NÉVOA

Vagamente, de ti me esqueci
Quando de mim volveu
Teu sequioso olhar.
O céu azul breve escureceu;
Dos trovões ouvi,
Ao longe, o ribombar!

Nas trevas que se seguiram
Não mais se ouviu teu doce falar;
O riso cantante que em vão ecoa,
Não te devolveu ao carinhoso lar!

Até hoje, ainda me não esqueceste;
Mas até hoje, em vão emudeceste
Que a sombra cobre o teu saudoso olhar;
O teu riso de oiro era o céu estrelado,
Riso de névoa que me faz sonhar...

Na hora em que olvidasses, morrer eu queria.
Nessa hora triste, mais que todas sombria,
Nunca mais o sol, enfermo, poderia
Por entre nuvens aparecer, brilhar!

Irene Costa

in “Silêncio Branco”

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