terça-feira, 3 de março de 2015

A MINHA CASA


A MINHA CASA

Hoje
Vou falar da minha casa
Branca genuína primorosa
Por tapetes de flores rodeada
Fonte de inspiração deste poema
Vive meigamente abraçada
A uma buganvília cor-de-rosa
Que do alto assiste deslumbrada
Ao namoro do jasmim com a alfazema

Hoje
Vou falar da minha casa
De paredes tão branquinhas
Outrora rumo certo de andorinhas
Que na primavera faziam escala à passagem
Agora como mudaram o rumo da viagem
Espalhei pelas paredes imitações
Uma singela mas sentida homenagem
E ficaram comigo em todas as estações

Hoje
Vou falar também das escadas
Velhinhas de pedra ancestrais
Cúmplices de segredos dos meus pais
E onde ainda agora em noites de luar
Tomando o céu por confidente e abrigo
Parece que os oiço e choro e rezo
Minha casa meu berço meu lar meu cantinho
Com perfume a laranjeira e rosmaninho.


Alice Queiroz

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