sábado, 3 de janeiro de 2015



(ao Tiago, meu filho)

Há,
e neste haver,
está
um SER
com a força gigante
de um-ter-que-ser
que me dilacera as entranhas
por todo, num instante.

Há,
e neste haver,
está
a certeza de um nada que dói,
estrangula, destrói,
empurra e retrai.

Há,
e, porque há, existe,
pulsa, respira, vive…
aquela mesma ideia que tive,
quando te fiz,
ainda em mim persiste,
insiste, teima,
para que te refaça, agora, em poema.

Há,
porque há dias nasceu
mais um filho meu
e nele e por ele,
nasceu em mim,
mais um projecto de vida para amanhã.

É a este pequeno esboço de gente,
micro/milimétrico
piolho eléctrico,
mas capaz de eclipsar todos os sois…
É a este filho em que me concentro
e que, sendo um só, eu vejo dois:
(um fora de mim outro dentro)…
É a este pequeno-grande-ser
que eu peço ao Mundo inteiro que se consagre,
porque ele não é senão, (está-se mesmo a ver)
a essência, por excelência, de qualquer milagre!...

Manuel Maia

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