Neste silêncio frio das
paredes ecoam meus gritos
Tu não ouviste gritei
pelo teu doce nome Pedro
Os milhafres planavam
sobre a minha cabeça
O meu sangue correu pelas
paredes alimentando vampiros
E eu meu Amor durmo o
sono eterno sem repouso
Dizias meu Príncipe que
eu era a tua Rainha
E tu sem imaginares
fizeste da minha dor
A minha coroa de espinhos
cravada nos meus sentires
Volta depressa meu Amor e
guarda-me na tua memória
Do espanto dos meus olhos
correm lágrimas para um rio o nosso
Eu delicada mulher a quem
tu chamavas Amiga
Eu sujeita ao vilipêndio
dos abutres que retalharam meu corpo
Eu sem poder olhar-te
olhos nos olhos chamava por ti
Eu tão frágil pelo ódio
devassada fujo pelos corredores de pedra
Atravessando o frio do
medo e na limpidez das lágrimas
Que correm de uma fonte a
nossa revejo as minhas noites
Chamando pelo teu Amado
nome Pedro meu Amor
Eu gritava a Deus aos
Deuses aos Homens
Mas as palavras morriam escorriam
pelas paredes
Meu Amor guarda as minhas
lágrimas no teu coração
Meu Amado Amantíssimo nem
escutas-te os meus gritos
Os meus gritos que
ecoavam pelos pinhais
Estavas longe do nosso
rio e os punhais frios trespassaram as paredes
Eu a quem tu chamavas a
tua Rainha nas pedras me esvaí
E no espanto da dor as
minhas mãos chamam por ti
Nem os deuses ouviram os
meus gritos lancinantes
Nem Deus ouviu as minhas
preces
Nem tu meu Amado
Nem tu meu Príncipe
Nem tu meu Esposo
E eu que sou pedra
Nas pedras morri
Aurora Gaia
lido por Alzira Santos
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