quinta-feira, 10 de julho de 2014

ESTADOS DE ALMA




ESTADOS DE ALMA

Não são as aves que voam
Nem as árvores que nos cercam
Nem o céu que nos protege
Que dão luz ao nosso olhar
Se os olhos estão ensombrados
Por velhas e novas mágoas
Não há sol que neles entre
Nem luar que deles saia
Os ramos em nossa volta
Serão braços estendidos
Em gritos de desalento
As montanhas serão negras
No contra luz da distância
Cinzentos serão os céus
E o perfil dos homens
Será mesmo monstruoso
Num outro dia porém
Como se fora magia
A manhã virá radiosa
E o sol brilhará tão forte
Que os meus olhos deslumbrados
Apenas conseguirão ver
Luz e cor em toda a parte
Os troncos das florestas
Serão vermelhos e rosa
Os campos ali bem perto
Serão como girassóis
Abertos ao meio dia
Anil será a cor
Das montanhas lá ao longe
Nos meus olhos surgirá
Como se eu fosse criança
Um brilho já desusado
Afinal ó Natureza
Tu apenas sabes vestir
Os fatos da minha alma

JF
(23/12/1998)
Poema de José Fernando Castro Correia Profº Catedrático da Faculdade de Medicina que responde ao "discurso" de Luís Pedro Viana no seu aniversário.

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