TEMPO
DE POESIA
Todo
o tempo é de poesia
Desde
a névoa da manhã
à
névoa do outo dia.
Desde
a quentura do ventre
à
frigidez da agonia
Todo
o tempo é de poesia
Entre
bombas que deflagram.
Corolas
que se desdobram.
Corpos
que em sangue soçobram.
Vidas
qua amar se consagram.
Sob
a cúpula sombria
das
mãos que pedem vingança.
Sob
o arco da aliança
da
celeste alegoria.
Todo
o tempo é de poesia.
Desde
a arrumação ao caos
à
confusão da harmonia.
António Gedeão
in
“Café dos Poetas”
lido por Manuela Caldeira
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