sábado, 5 de abril de 2014

Foi para ti que criei as rosas.



Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei ás romãs a cor do lume.

Foi para ti que pus no céu a lua
e o verde mais verde nos pinhais.
Foi para ti que deitei no chão
um corpo aberto como os animais.

Eugénio de Andrade (1923-2005)
in “As Mãos e os Frutos”
lido por Regina Bacelar

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