Arredio-me do agora
esse instante
onde não mora
nenhuma parte de mim.
Um enorme reflexo
rasga a essência
do nexo
e pisa a raia do fim.
Abreviado esse instante
no espaço itinerante
eu torno-me num mutante
com asas de querubim.
Longe, das longas estradas
súbditas e confinadas
ao arbítrio do irreal.
Masmorras de pedra e cal
de lassidão apinhadas
e de vertigens estagnadas
numa imensa espiral.
E, frutos verdes do outrora
extrapolam a demora
num perfeito frenesim.
Mas, é sempre onde
não mora
nenhuma parte de mim.
Kim
Berlusa
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