quinta-feira, 20 de março de 2014

A ÁRVORE DO SILÊNCIO



A ÁRVORE DO SILÊNCIO

Na sombra do silêncio da tua árvore, recolhi palavras. Frutos maduros de um sentimento que te quero eterno e irreversível.
Na ausência de uma presença física imaginei um beijo, um toque de lábios de uma ilusão que iremos concretizar. Na locomotiva lenta da noite passada entrei e saí da nossa carruagem. Incandescente no desejo alimentei, com força, todas as labaredas!
Em pouco tempo abrirei a caixinha dos nossos minutos, amor… Um ponteiro brutal e irreversível vai levar-me num relâmpago até ti, acariciando-te a alma numa vertigem que se multiplicará insistentemente no tempo.
Na sombra do silêncio da tua árvore, amor, enxertei palavras!
Frutos maduros de um sentimento que as curvas dos nossos corpos farão, sem engano, eternizar…
Está a chover no campo de sonhos dos fazedores de silêncios. De uma terra húmida vão nascer novas árvores e, com elas, novas e pequenas letras decorando lencinhos de namorados em anagramas coloridos e irrepetíveis! Paninhos de linho que guardaremos como segredos: os meus e os teus, escondidos a sete chaves no castelo forte dos nos nossos carinhos…
Da sombra do silêncio da tua árvore, amor, caem em catadupla frutos de vida! Abraçamo-nos com força e soletramos… palavrinhas de amor de um beijo-conversa.

Paulo Soares
lido por Aires Barros

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