TRANÇAS
As minhas tranças longas,
Chegando à cintura,
Eram penteadas
Com toda a ternura,
Pela minha mãe,
Que tranças usava também!
Eram castanhas,
Aveludadas,
Entretecidas por mãos,
Que o faziam deleitadas.
E minha mãe,
Fazia as suas também!
Quando acaso,
Algum cabelo puxava,
Logo meu rosto, acariciava.
Seus dedos meigos e sedosos,
Deixavam meus cabelos,
Harmoniosos.
Como gostava, de correr
E saltar…
Com as duas tranças, a dar a dar…
Nos olhos de minha mãe,
Que alegria se traduzia!
Sorriso nos lábios
Que harmonia!
Como era bela,
Assim a olhar-me
Enquanto eu balançava as tranças,
Onde Ela pusera,
Para as minhas danças,
Dois laços risonhos,
A enfeitar meus sonhos.
Numa cadeira baixa,
Me ia empoleirando
Para ela chegar à trança
Que lesta, ia enleando.
Na mesma cadência,
O nosso amor,
Sempre em crescendo,
Como uma trança
Foi-se entretecendo.
Fios de cabelo
Ou fios de vida,
Ficaram em nossa alma,
Numa alegria, apetecida!
Irene Costa
in “Teia de Afectos”
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