DIA CHUVOSO
A chuva fina polvilhando
a Terra
Como cortina húmida de
seda,
Atrás de si o sol
radiante encerra;
Pinta de cinza o mundo em
sua queda;
Confina a vida aos
casacões de lã;
E nos convida à
improdutividade:
Quem sabe os planos
deixar para amanhã?
Para outro ano? Ou para
eternidade?
O tempo passa enquanto a
chuva cai,
E a Terra abraça a água,
e se embriaga,
E balbucia um poema de
amor;
E a chuva embebe
(enquanto o tempo vai)
Quem não percebe qual
torrente o traga:
Se a chuva fria ou sua
própria dor…
Ederson Peka
lido por Manuela Caldeira
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