quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

DIA CHUVOSO



DIA CHUVOSO

A chuva fina polvilhando a Terra
Como cortina húmida de seda,
Atrás de si o sol radiante encerra;
Pinta de cinza o mundo em sua queda;

Confina a vida aos casacões de lã;
E nos convida à improdutividade:
Quem sabe os planos deixar para amanhã?
Para outro ano? Ou para eternidade?

O tempo passa enquanto a chuva cai,
E a Terra abraça a água, e se embriaga,
E balbucia um poema de amor;

E a chuva embebe (enquanto o tempo vai)
Quem não percebe qual torrente o traga:
Se a chuva fria ou sua própria dor…

Ederson Peka
lido por Manuela Caldeira

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